Na CASA de Aprendizagens, o currículo atua, portanto, em uma perspectiva de interação entre bebês, crianças e jovens e entre estes e os adultos.
Por isso, ele não pode ser pensado de modo a apenas outorgar ao educador ou educadora o eterno papel de mediador das investigações e descobertas. Mas sim ser elaborado de forma que o educador se entenda como cocriador de significados, e, o estudante, como protagonista de seus saberes.
Em nossa escola, o estudante é tomado como um ser único, dotado de potencialidades extraordinárias. Neste sentido, consideramos que cada bebê, criança ou jovem seja possuidor de inúmeros recursos afetivos, intelectuais, cognitivos, relacionais, sensoriais. Recursos estes que se evidenciam em uma troca incansável com o contexto cultural e social.
Dentro deste contexto, o desafio da nossa escola e de nossos educadores ou educadoras está em desenvolver atitudes pedagógicas essenciais à CASA de Aprendizagens. Estas são a escuta atenta, o olhar sensível e o diálogo horizontal e circular na construção dos conhecimentos.
Deste modo, nos afastamos de uma perspectiva que coloca a criança em posição de falta ou imperfeição em relação ao que esperamos dela enquanto indivíduo. Não entendemos, portanto, que a escola deva oferecer ao estudante aquilo que se julga faltar em sua vida. E isso porque, para tanto, teríamos que inicialmente definir um padrão de ser humano, para depois concluir o que lhe falta para atingir este padrão.
Acreditamos, sim, na pluralidade das percepções e manifestações do conhecimento que cada ser humano pode vivenciar e compartilhar. Acreditamos nas cem linguagens das crianças, de suas famílias e de nossos educadores e educadoras. Sabemos da complexidade do desafio que abraçamos quando enxergamos o ser humano assim. Mas é por respeito e atenção àquilo que ele pode fazer, e não àquilo que ele não pode, que assumimos esta responsabilidade. E, por isso, nos entendemos enquanto atores e atrizes da formação de seres humanos autônomos, autênticos, livres e, por isso, felizes.