Todos nós, com certeza, já ouvimos de educadores e especialistas que a Educação precisa “ir além dos livros”. Porém, poucos de nós já pararam para pensar no que isso significa concretamente. Primeiro, essa afirmação pressupõe o reconhecimento de que os livros não podem nos ensinar tudo. E que, portanto, certos conhecimentos são construídos de outras formas, como por meio da experiência.
Com isso, não estamos negando a importância dos livros na construção da aprendizagem. Em nossa escola, inclusive, a Leitura Compartilhada e a Ciranda Literária fazem parte das nossas experiências educativas. Mas, conforme acreditamos na CASA de Aprendizagens, os livros não são a única fonte de saber. E, assim, a reflexão e imaginação podem ser incentivadas de outras maneiras.
Por exemplo, ao “colocar a mão na massa” ou “sentir o cheiro da chuva”, o estudante explora, de modo prático, a totalidade de seus sentidos. E ao vivenciar tais circunstâncias, ele se (re)descobre, enquanto investiga o seu entorno e a materialidade implicada na experiência. A vivência enseja o levantamento natural de hipóteses, a serem comprovadas ou descartadas, a fim de que o ciclo do aprendizado se complete.
Dessa forma, o aguçamento do aparato sensorial e perceptível pode contribuir grandemente para a conquista da autonomia na busca pelo conhecimento. É nesse sentido que a leitura também pode ser uma brincadeira, não se restringindo apenas à relação do leitor com a palavra escrita. E isso porque a leitura está conectada à percepção do mundo, das imagens e das trocas entre as pessoas. Logo, é sim possível ler o mundo para além das palavras!
Uma biblioteca onde o silêncio não é obrigatório e as crianças podem mexer nas estantes e pegar quantos livros quiser. Esse foi o cenário da atividade coordenada pelo educador Henrique Mattos, junto a Beatriz Martins. Na nossa Oficina de Informação, as crianças da Educação Infantil puderam se relacionar com os livros e ampliar sua noção de leitura, para que não fique restrita ao texto escrito.
A leitura “para além dos livros” faz parte da pesquisa do educador Henrique Mattos, que se dedica à criação de diferentes procedimentos e experiências a partir dessa ideia. Em suas aulas, músicas, desenhos e obras de arte também são “lidos”. Suas dinâmicas estimulam os estudantes a interpretar o conteúdo desses meios e desenvolver a sua própria interpretação e linguagem. E isso com vistas à criação de um universo maior do que só o do texto escrito.
Os estudantes do Ensino Fundamental I também iniciaram o semestre com uma experiência de leitura “para além dos livros”. Acompanhados pelos educadores da CASA de Aprendizagens, eles estiveram no Instituto Moreira Salles para visitar a exposição “Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros”.
Por meio de objetos, fotos, pinturas e vídeos, os estudantes puderam conhecer um pouco mais sobre a vida e obra da autora. E, assim, “ler” as diferentes expressões do racismo e da desigualdade social, materializadas em cada pequeno detalhe. Essa atividade foi proposta como uma ação para o estudo do meio e contou com a assessoria da Marcela (que trabalha no Instituto e é mãe do nosso estudante Pedro).
Muitos foram os questionamentos que a visita levantou a respeito da injustiça social, que Maria Carolina de Jesus denunciou em seus textos e que marca a memória de nosso país. Injustiça que pode ser “lida” em nosso cotidiano – o quarto ou o banheiro de “empregada”, que ainda existe em muitas casas. E como esse exemplo, muitos outros estão às nossas vistas e só precisamos aguçar nosso olhar para “ler” para além das palavras ou nas entrelinhas da História.
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