Nesse artigo, retomamos a relação entre a brincadeira e o aprendizado, tratada também em Como o brincar constrói os conhecimentos na CASA de Aprendizagens? Anteriormente, abordamos três experiências significativas de aprendizagem matemática e vamos agora apresentar como essa concepção educativa se espraia em outras áreas do conhecimento, abrangendo todos os estágios da formação em nossa escola.
O brincar ampara a base curricular de nossa escola e, portanto, é um tema da maior importância para nós. A capacidade de brincar – muitas vezes menosprezada – propicia, para nós, o conhecimento de forma natural e agradável. Além disso, é grande o seu potencial de estimular a socialização e, assim, possibilitar à criança agir de forma mais autônoma.
Dessa forma, é certo que a brincadeira, como o jogo, pode viabilizar o encontro com as aprendizagens. Porém, como se sabe, o brincar não é naturalmente educativo, ainda que possa vir a ser pelo processo metodológico adotado. Ou seja, são os educadores e educadoras, juntamente à escola, que ressignificam essas práticas, ao desenvolver estratégias que contribuam para o desenvolvimento dos estudantes.
Por isso, expomos a seguir a forma particular de unir o brincar e o aprender na CASA de Aprendizagens.
A Feira dos Bichos foi uma dinâmica proposta para a Turma 2 (1º ano da Educação Infantil) pela educadora-tutora Naiara Melo e pela educadora-assistente Sofia Keunecke. Nela, as crianças puderam fazer compras de comidinhas, de acordo com os grupos alimentares dos animais.
Para isso, foram utilizadas as classificações correspondentes aos diferentes hábitos nutricionais. Entre elas: carnívoros, que se alimentam de outros animais; herbívoros, que se alimentam de frutas e vegetais; e onívoros, que se alimentam de ambos. Consequentemente, algumas caixas foram preenchidas com ilustrações de folhas e flores, frutas, frutos do mar etc.
E no sentido de aflorar a ludicidade própria às crianças, cestas de compras e dinheirinho de brincadeira também fizeram parte da atividade. A turma foi dividida em três grupos, os quais foram às “compras” conforme a classificação alimentar dos animais.
A Turma 5 (4º e 5º anos do Ensino Fundamental I) se divertiu vendendo e comprando livros na feira organizada pelo educador Vitor d’Ávila. A dinâmica funcionou da seguinte forma: as crianças receberam cartas com as resenhas de diversos títulos, a fim de que verificassem quais despertavam o seu interesse. Cabe ainda dizer que foram escolhidas apenas obras de autores negros, conforme trabalhamos em “Como a africanidade pode protagonizar o processo educativo“.
Os estudantes então receberam cento e vinte reais feitos de papel para que aprendessem a lidar com o dinheiro. E, por meio do jogo estabelecido pelas transações comerciais, exploraram argumentos de compra e venda. A curiosidade despertada pela Feira do Livro ainda levou a turma a fazer suas próprias pesquisas em casa. E, além de descobrir o preço real de cada exemplar, algumas curiosidades acerca das obras e de seus autores foram partilhadas na aula seguinte.
Já os estudantes do Ensino Fundamental II experienciaram a reinvenção da memória do brincar, impulsionados pelo Tema Provocador de Experiências Investigativas contAÇÕES escreVidas e, mais especificamente, por um de seus desdobramentos, o Eixo Inventurezas. Este, cujo material de estudo são as obras de Manoel de Barros, tem orientado certas áreas do conhecimento, entre elas, as aulas de Jogos e Brincadeiras.
Inspirada pelos temas ligados à memória e à infância explorados pelo poeta mato-grossense, a educadora Bruna Vargas pediu aos estudantes que perguntassem a seus familiares sobre suas preferências de criança.
Após os relatos da turma e o entusiasmo dos estudantes, ela convidou o Anderson, pai do aluno Marthin, para ensiná-los a confeccionar pipas, sua brincadeira preferida de infância. Além da participação da família no cotidiano escolar, algo que prezamos muito em nossa escola, a aula envolveu a exploração de diversas linguagens e foi uma experiência puro encantamento, uma.
Nessas experiências, muitos conhecimentos, que fazem parte das áreas de Ciências Naturais, Matemática, Literatura etc., foram mobilizados, demonstrando que é possível aprender brincando e brincar aprendendo. Outro aspecto viabilizado pelas brincadeiras, como o que apresentamos revela, é a interdisciplinaridade, desde que as atividades sejam elaboradas de modo a contribuir para o desenvolvimento dos estudantes.
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