Completando a tríade formada pela Arte e o Autoconhecimento, a Democracia se apresenta como um dos eixos fundamentais da proposta educativa da CASA de Aprendizagens. Em nossa escola, esta concepção de ensino-aprendizagem se realiza, principalmente, por meio do esforço pela democratização das relações interpessoais.

Para tanto, e enquanto uma das formas de se operacionalizar o espaço para a participação efetiva de estudantes e educadores, adotamos a prática das assembleias.

Estes encontros, que reúnem todos os membros de nossa escola, têm por objetivo a construção de suas regras gerais, concernentes à estrutura escolar como um todo, bem como as regras de cada turma, que se referem aos combinados específicos dos coletivos que compõem a CASA de Aprendizagens.

A ideia das assembleias escolares foi primeiramente sistematizada pelo pedagogo francês Célestin Freinet (1986-1966), importante referência para a proposta educativa de nossa escola. Somada à noção de Freinet, o modelo elaborado pelo espanhol Josep Maria Puig (1951-) também é uma de nossas inspirações, na medida em que aponta formas concretas de se conceber o espaço democrático das assembleias na escola e na sala de aula.

De acordo com seu livro Democracia e participação escolar, Puig define as assembleias como o momento institucional da palavra e do diálogo. O momento em que estudantes e educadores se reúnem para refletir, para tomar consciência de si mesmos enquanto um coletivo e para transformar o que consideram oportuno, a fim de melhorar o trabalho e a convivência escolar.

O espaço das assembleias não se destina exclusivamente à resolução de conflitos, mas também à evidenciação de eventos positivos, felicitação de conquistas pessoais ou coletivas e discussão de temáticas para projetos futuros. Assim, este espaço permite experiências conceituais concretas de Democracia na escola, que levam todos os membros da comunidade a vivenciarem um ambiente de interlocução e de deliberações conjuntas.

Ainda, a implementação de tais assembleias solicita a transformação das relações interpessoais, ao mesmo tempo que intervêm na construção psicológica e moral de seus agentes. Atuando na multidimensionalidade constituinte dos sujeitos que frequentam este espaço, podemos desenvolver valores de forma democrática e reflexiva.

É desta forma que a CASA de Aprendizagens acredita ser possível uma nova forma de educação, a qual se baseia no prazer de aprender dos estudantes e de ensinar dos educadores. Queremos uma escola prazerosa, a qual bebês, crianças e jovens queiram frequentar e na qual tenham prazer no que desenvolvem diariamente. Uma escola cujos membros sintam que ela tem significado para suas vidas e que contribua, por meio do cultivo das relações democráticas, com uma educação para a cidadania.