Na CASA de Aprendizagens, sim!
Todos os ritos escolares, normatizados e naturalizados ao longo da história, merecem atenção especial em nossa escola. Neste sentido, praxes que sugerem algum tipo de enquadramento, seja dos corpos e/ou mentes e/ou sentimentos e emoções, são problematizadas.
Assim como sua função para o papel que, acreditamos, deve ser o da educação, se mantém em constante processo de discussão.
[…] cada vez que ensinamos, prematuramente, a uma criança, alguma coisa que poderia ter descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar e consequentemente de entender completamente.
Jean Piaget
As salas de aula tradicionais, pelas quais muitos de nós passamos, revelam em sua estruturação alguns comportamentos sociais que podem e devem ser questionados. Sua disposição tende a organizar a percepção dos estudantes de modo a centralizá-la no sentido da visão e a direcioná-la para uma só direção. Desta forma, os corpos são também disciplinados, e a imobilidade e o silenciamento se tornam fatores positivos para tal concepção educativa.
Por isso, em nossa escola, escolhemos pela casa, lugar de aconchego e liberdade. A ideia de casa contém, entre muitas outras coisas, o quintal, lugar mágico que nos remete ao brincar ao ar livre. E esta relação direta com o sol e a natureza está no centro da proposta educativa da CASA de Aprendizagens.
O que muitos de nós, pais e mães, pudemos ainda vivenciar, tem sido cada vez mais tolhido da cultura infanto-juvenil. O aumento acentuado no uso de dispositivos eletrônicos, a ênfase em atividades e conquistas programadas são alguns fatores decisivos para isso. Mas também, para muitas famílias, a falta de locais seguros para o brincar ao ar livre corrobora esta situação.
No entanto, relações genuínas com o mundo são fundamentais para a construção dos valores que bebês, crianças e jovens desenvolvem. Neste sentido, valorizar é uma condição do preservar, assim como o conhecer é determinante ao valorizar. E o futuro do nosso planeta depende das novas gerações, que precisam ter o prazer de aprender com ele.
Estas são, sem dúvida, prerrogativas de se brincar ao ar livre. Porém, ainda há muitas outras razões, que fazem com que a CASA de Aprendizagens privilegie estes momentos e reserve espaços próprios a tais atividades. Os bebês, crianças e jovens precisam aprender a trabalhar juntos, fazer amigos, compartilhar e cooperar. E o livre brincar é uma forma de interação prazerosa, que viabiliza, como poucas, o desenvolvimento da socialização.
As crianças também precisam ser encorajadas a se aventurar, pois este é um dos caminhos para a investigação e a pesquisa. Como pais e mães, isto nos gera certa preocupação, pois queremos que nossos filhos estejam seguros e protegidos. Por isso, na CASA de Aprendizagens procuramos coadunar aventura e segurança, de modo que os estudantes se sintam confiantes a se arriscarem.
Em nossa escola, incentivamos a exploração de todos os sentidos dos bebês, crianças e jovens. Em vista disso, buscamos proporcionar momentos de exploração fora da sala de aula, para que se abram aos conhecimentos que o mundo pode lhes oferecer.
Por sua vez, a concepção de casa, na CASA de Aprendizagens, lhes garante o conforto e a liberdade para tanto. E, como em casa, sujar roupas e sapatos faz parte do processo de se colocarem em investigação, em experiência, também na escola. Só assim acreditamos ser possível aos estudantes conhecer o mundo e a si mesmos, como nos quintais de nossa infância, que tanto nos ensinaram.
Conforme acreditamos, qualquer espaço de uma escola é um espaço de construção de conhecimento. E se, na CASA de Aprendizagens, não dispomos de salas formais de aula, temos muitos outros espaços educativos. Este é o exemplo das salas referências, no caso da Educação Infantil, e das salas de registro, no caso do Ensino Fundamental I e II.
Em nossa escola, trabalhamos ainda com salas ambientes. É assim que definimos o nosso ateliê, a sala de movimento, a sala lis – abreviação de leitura, imagem e som – e a sala multimídia. Além destas, também temos a oficina de informação, que é a nossa biblioteca, a cozinha experimental, o refeitório e os parques, as nossas áreas externas. E somado ao ecossistema que compõem a nossa escola está o Parque da Água Branca, a que nos referimos como o quintal da nossa CASA.
Sem a estruturação rígida da sala de aula, uma escola não só continua sendo uma escola, como assume o seu verdadeiro papel de educar!
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