Neste artigo, vamos falar sobre o papel do brincar na CASA de Aprendizagens, e também sobre três experiência significativas de aprendizagem matemática.
Uma visão mais tradicional e arcaica da Educação pressupõe que a criança seja uma tábula rasa, uma tela em branco. E que, por isso, ela pode e deve adquirir os conhecimentos sobre a vida e mundo por meio do aprendizado. Esse é um dos principais motivos do ato de aprender ser visto como uma imposição e, portanto, como um desprezar.
No entanto, enquanto atividade social e histórica, a Educação passou por muitas e profundas transformações. Uma importante renovação foi feita no sentido de se considerar o universo infantil na relação de ensino-aprendizagem. Ou seja, de entender a criança como sujeito, que tem uma participação ativa nesse processo. E, a partir de então, o ato de aprender passou a ser compreendido como algo divertido, que promove prazer e alegria.
É nesse contexto que o brincar ganha outro significado, tendo em vista que ele constitui o mundo da criança e faz parte de suas próprias competências. É por meio desse expediente que a criança constrói o seu universo e traspõe, para a sua realidade, as situações do seu imaginário. Sendo, assim, é por meio dos jogos e brincadeiras que ela se investiga e se descobre, desenvolvendo os seus saberes.
Dessa forma, o brincar não é apenas um instrumento facilitador para o aprendizado, já que ele confere autonomia à criança, que se põe a brincar por iniciativa própria. Logo, ele pode potencializar áreas do desenvolvimento infantil como: motricidade, inteligência, sociabilidade, afetividade e criatividade. E contribui para que a criança exteriorize seu potencial imaginativo e o amplie.
Na CASA de Aprendizagens, o brincar permeia todas as áreas do conhecimento e, obviamente, a matemática. Nesse sentido, elaboramos jogos que exploram as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais, como ferramentas necessárias no cotidiano. Ou idealizamos procedimentos que investigam novas situações matemáticas, provocando a mobilização dos conhecimentos prévios das crianças, com vistas à resolução de problemas.
Uma dessas dinâmicas é a de empilhar blocos de madeira ou de encaixe e, com eles, construir estruturas. A partir dessa brincadeira, uma das Turmas 4 do Ensino Fundamental pôde explorar sua criatividade na manipulação dos blocos. Finalizada essa primeira parte, as crianças foram incentivadas a observar suas criações e, na sequência, sugerir uma estimativa do número de blocos usados. Após todos os palpites, elas então se organizaram para a contagem e soma. E puderam assim verificar suas hipóteses iniciais e avaliá-las.
Outra experiência envolvendo diversão e aprendizado foi proposta pelo educador Giulio Proietti e construída junto com outra Turma 4 do Ensino Fundamental. Essa prática envolvia inicialmente uma bola, uma cesta feita de caixa de papelão e três times, mas suas regras seriam estabelecidas pelas próprias crianças. E a turma definiu que cada um precisaria fazer 32 pontos.
As crianças então fizeram marcações no chão conforme a relação espacial do lance, determinadas pela distância entre o jogador e a cesta, que representavam pontuações diferentes. E, claro, quanto mais longe da cesta, maior era a pontuação! Os pontos, por sua vez, eram somados a cada cesta feita. Essa, como se observa, foi uma experiência que mobilizou, como a anterior, as operações numéricas, as contagens orais, as noções espaciais. Mas, neste caso específico, o jogo possibilitou uma ativação mais intensa da expressão corporal, por meio do movimento.
Nossas crianças das Turmas 4 e 5 do Ensino Fundamental estão investigando a energia. E nesse processo de pesquisa, decidiram montar uma luminária para colocar a aprendizagem em prática. Primeiramente, fizeram o levantamento dos materiais necessários e, a partir disso, prepararam a lista dos itens indispensáveis. Com a lista em mãos, as crianças, acompanhadas pelos educadores Lillian Mendes e Vitor d’Avila, foram até a loja de materiais de construção para fazer as compras.
E para além da construção da luminária em si, a própria ida à loja já se configurou como uma experiência significativa de aprendizagem matemática. Pois lá, as crianças tiveram que lidar com preços e quantidade dos materiais a serem comprados e fazer os cálculos para saber o valor das compras. E, claro, para elas, além do aprendizado, essa foi uma vivência permeada de muita alegria e brincadeira.
E esses foram apenas alguns exemplos práticos de como construímos, na CASA de Aprendizagens, nossas experiências significativas de aprendizagem matemática. E isso porque, para nós, a aprendizagem acontece quando tem significado e pode ser usada na cotidianidade! Se quiser conhecer outras experiências significativas de aprendizagem relacionadas às demais áreas do conhecimento, clique aqui.
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