O estudo do meio já foi tema de dois artigos anteriores da CASA de Aprendizagens: O estudo do meio na zona rural e Três diferentes ambientes de aprendizagem do estudo do meio. Mas tendo em vista o vasto assunto e suas inesgotáveis abordagens, voltamos ao tema, ainda que sob nova perspectiva: a dos desdobramentos de uma experiência na volta ao ambiente escolar.
Antes, cabe destacar a importância do estudo do meio em nossa escola, enquanto possibilidade concreta de uma aprendizagem significativa. Uma das características dessa ferramenta educativa é a potencialidade de interação entre os conhecimentos prévios e novos dos estudantes. Pois o estudo do meio viabiliza experiências capazes de, a partir do que o estudante já sabe, atribuir significado a um novo conhecimento.
O estudo do meio também se configura como uma forma ativa de aprendizagem, que permite aos estudantes desenvolverem habilidades e competências em ação. Ao aliar teoria e prática, ele favorece a atribuição de significado, o que ainda se deve ao modo dinâmico com que é realizado.
Passemos agora a um exemplo bastante ilustrativo do que foi dito acima. Um dos pontos altos do estudo do meio na zona rural, realizado pelas turmas da Educação Infantil da CASA de Aprendizagens, foi o contato direto com as abelhas. Durante a visita ao campo, as crianças conhecerem espécies diferentes do inseto e degustaram o mel em sua forma mais natural e pura, o favo.
Essa aventura despertou o olhar curioso e pesquisador dos nossos pequenos e pequenas sobre esse tão importante polinizador. De volta à escola, uma das crianças encontrou uma abelhinha precisando de cuidados. Esse fato que, em outras circunstâncias, poderia passar despercebido, se tornou um acontecimento, já que chamou imediatamente a atenção da criança.
Ela logo convocou todos os amigos e amigas para tentar ajudar a frágil abelhinha, que infelizmente não sobreviveu. E assim, com muito respeito, as crianças resolveram estudar sua anatomia. As recentes descobertas das crianças iam ganhando outros contornos e viabilizando novos conhecimentos, enquanto a pesquisa se aprofundava em ação.
O interesse então das crianças sobre as abelhas só aumentou! E a investigação da turma passou a se estabelecer com base em dois grandes grupos. O primeiro das abelhas nativas, como a uruçu-amarela, jataí e mandaçaia, e o segundo da apis (abelha africanizada), que além de possuir ferrão, é a mais conhecida.
Na medida em que a pesquisa se ampliava, uma nova degustação foi realizada. E, agora no ambiente escolar, as crianças experimentaram o mel produzido por uma espécie de abelha nativa, a uruçu-amarela, que vive, entre outros estados, na Bahia, no Espírito Santo e em Goiás.
As colônias da uruçu-amarela podem chegar a uma população de cinco mil abelhas, sendo o seu mel um dos mais saborosos, diferenciado pela sua consistência, cor e aroma. Uma de suas características é certo azedume, que fez com que algumas crianças não gostassem muito, e outras, amassem!
Essa etapa da pesquisa desencadeou uma nova saída. E a turma visitou a APACAME (Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melificas Europeias). Lá, as crianças souberam de outros produtos das abelhas, conheceram um pouco mais sobre seu mundo e reforçaram a importância desse inseto.
Na APACAME, as crianças adquiriam uma casinha para criarem uma colmeia na árvore Brumexama do Parque de Madeira da CASA de Aprendizagens. E uma nova fase da pesquisa teve início, com os esforços da turma voltados para a “pesca” das abelhas.
Cada parte do ciclo aqui descrito foi permeada de muita empolgação, um dos diferenciais da aprendizagem significativa. Experimentações, levantamento de hipóteses, confrontação de prévios e novos conhecimentos, comprovação de ideias, tudo em decorrência dos desdobramentos do estudo do meio, conforme explorado em nossa escola.
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