Já em Aristóteles podemos encontrar o papel da Arte na formação dos cidadãos, motivados pelo prazer em aprender. Mas não precisamos ir tão longe para constatar empiricamente que, ao se relacionar com o mundo a sua volta, o sistema sensório dos bebês é o primeiro a ser acionado, a fim de que construam suas próprias referências simbólicas.
Sendo assim, suas expressões mais genuínas se fazem ver, inicialmente, no campo das linguagens artísticas, seja através de movimentos, da dança, dos desenhos e das representações sonoras e corporais. A Arte se configura, portanto, como a forma de investigação própria aos bebês, às crianças e aos jovens e, sem dúvida, como um meio de pesquisa e apreensão do mundo, bem como de elaboração dos conhecimentos apreendidos.
Ainda que historicamente, a potência educativa da Arte seja amplamente reconhecida, ela é muitas vezes negligenciada como um meio para o aprendizado. E, em seu lugar, são impostos rígidos padrões de conduta, baseados em regras criadas por adultos, que com as melhores das intenções, as julgam incontestáveis.
Por isso, na CASA de Aprendizagens procuramos manter vivo o gosto de nossos estudantes para a descoberta e investigação espontâneas do mundo e, assim, para a elaboração de seus conhecimentos. Para tanto, encorajamos as formas de expressão artísticas próprias a eles, as quais nos propomos também a expandir.
Na CASA de Aprendizagens, a Arte tem o teatro como centro catalisador das outras formas de expressão artística. Sendo assim, o tema provocador de experiências investigativas parte sempre de um texto teatral, a partir do qual são conduzidas as pesquisas e a construção dos saberes. O teatro, no processo de formação das crianças, cumpre não só uma função integradora, mas viabiliza a socialização, a criatividade, a coordenação, a memorização, o vocabulário e muitos outros aprendizados.
Ainda, ao se tomar a Arte como eixo norteador no processo de construção da aprendizagem, desmantela-se a ideia segundo a qual a escola é um lugar de saberes prontos e pré-determinados. E, por sua vez, esta concepção educativa possibilita o questionamento de conceitos e interpretações historicamente construídos e socialmente fixados, para os quais são apresentados novos parâmetros, derivados da própria experiência das crianças na observação do mundo que as cerca.
Além de praticar o que já lhes é de hábito – a investigação do mundo por meio da Arte –, nós procuramos incentivar os estudantes a expandir suas descobertas por meio da ludicidade característica ao fazer artístico e da transversalidade das áreas do conhecimento.
Assim, ampliando-se as formas de aprendizagem, acreditamos que a individualidade da criança se mantém preservada, posto que, com muito afeto, viabilizamos um ambiente propício ao desenvolvimento de sua subjetividade, na particular relação com a construção de seus conhecimentos.