Esta concepção educativa objetiva delegar aos estudantes o papel de protagonistas do processo de ensino.

Por isso, na CASA de Aprendizagens, a relação com o conhecimento se baseia no fato de que todos querem aprender sempre. E que, portanto, obrigar alguém a aprender algo é desestimulá-lo a aprender.

Neste sentido, torna-se fundamental escutar o estudante, entender suas necessidades e desejos. Por isso, os educadores participam desse processo enquanto facilitadores, estimulando-os à pesquisa e à realização de atividades, de acordo com os interesses dos estudantes.

Na CASA de Aprendizagens isso permite que eles aprendam junto com os educadores e a comunidade escolar. E desta forma, exerçam a sua autonomia por meio da decisão sobre qual caminho deve ser seguido.

Outro aspecto da escola democrática é o diálogo entre todos os envolvidos no processo educativo. Para tanto, entre diversas práticas, pode-se destacar a realização de assembleias.

Na CASA de Aprendizagens, estes são momentos em que educadores e estudantes se reúnem para conversar sobre o que é necessário para a escola. Neste tipo de planejamento, portanto, as decisões se constroem de modo cooperativo e sempre em observância às preocupações, aspirações e interesses de todas as partes.

Os temas tratados vão desde questões estruturais até os conteúdos das aulas. Tais conteúdos, no entanto, são sempre escolhidos de acordo com Base Nacional Comum Curricular e os Parâmetros Curriculares Nacionais.

A mais antiga escola democrática é a Summerhill na Inglaterra (imagem acima), fundada em 1921 por A.S. Neill, no condado de Suffolk. Esta é uma instituição privada, mantida também com verba pública e que, por isso atende aos padrões governamentais.

Para além de uma inspiração para a CASA de Aprendizagens, a Summerhill é ainda uma parceria de nossa escola por meio de visitas e intercâmbios. Atualmente, escolas ao redor do mundo todo se identificam como democráticas.

E é possível encontrar instituições de ensino pautadas pelos princípios da democracia em países como, África do Sul, Canadá, Estados Unidos, Itália, Japão e Rússia. Estas já são escolas consolidadas, que procuram pensar uma nova maneira de se praticar a educação.

O ícone da educação democrática no Brasil é o educador Paulo Freire. Assim, a essência da concepção democrática escolar perpassa todo o conjunto de sua obra.

Freire se pautava por uma educação crítica, que não visasse somente a apreensão da realidade, mas também a transformasse. Por isso, o diálogo e a participação inclusiva de toda a comunidade envolvida no processo ensino-aprendizagem marcam as suas teorias e práticas.

No Brasil, as escolas democráticas passam a ser oficialmente reconhecidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996. A partir deste momento, foi atribuída a cada instituição de ensino a autonomia para escolher sua maneira de trabalhar.

Desta forma, tais escolas deixaram de ser uma utopia, para se transformarem em espaços concretos para a contemplação da diversidade humana.

Acima de tudo, as escolas democráticas valorizam a diversidade de sua comunidade, pois entendem que diferenças enriquecem a formação dos estudantes.

Por isso, na CASA de Aprendizagens, respeitamos o direito de participação de todos na tomada de decisões que afetam suas vidas.

E enfatizamos os princípios democráticos cooperação e a colaboração, pois acreditamos em uma forma inovadora de educação, mais afetiva e respeitosa.