No dia 05 de abril, os educadores da CASA de Aprendizagens propuseram uma nova experiência reflexiva junto à comunidade escolar: uma ida ao cinema.
Depois de tanto tempo isolados, aos poucos estamos retomando o contato direto com os pais e familiares, que constroem o corpo social de nossa escola. Para tanto, e como ainda necessitamos ter cuidado, reservamos uma sala no Cine Bela Artes, e todos e todas foram nossos convidados!
No entanto, esse não foi apenas um passeio especial, mas uma proposta de reflexão a partir dos temas tratados pelo inspirador longa-metragem A Felicidade das Pequenas Coisas, de Pawo Choyning Dorji.
A Felicidade das Pequenas Coisas é o segundo filme apresentado ao Oscar pela pequena nação asiática do Butão (o primeiro foi The Cup, de Khyentse Norbu , em 1999). Na categoria de Melhor Longa-Metragem Internacional, ele surgiu como uma feliz surpresa quando as indicações foram anunciadas.
Ele também é o primeiro filme do roteirista e diretor butanês Pawo Choyning Dorji. E narra a jornada transformadora de um jovem educador, Ugyen Dorji, com seus vinte e poucos anos, enviado pelo governo para Lunana, a fim de cumprir o seu contrato de ensino.
Assim, a primeira parte do longa-metragem mostra a sua peregrinação pelas terras altas do Butão, em que vê a população diminuir à medida em que a altitude aumenta. Quando Ugyen finalmente chega à Lunana, ele é recebido pelas 56 pessoas da aldeia da comunidade, que o consideram como um ilustre visitante.
Ugyen, um aspirante a músico que planeja deixar o Butão para perseguir seu sonho, não fica nada entusiasmado com a viagem. Por sua vez, a vila remota apresenta muitos desafios. A escola nada mais é do que uma cabana de madeira com paredes de barro, e as acomodações do educador são igualmente precárias, oferecendo pouca proteção contra os ventos glaciais.
A vida no Himalaia é difícil, mas recompensadora para Ugyen, como para o diretor do filme. Pawo Choyning Dorji dirigiu A Felicidade das Pequenas Coisas na própria Lunana, onde o longa é ambientado.
O diretor Pawo Choyning Dorji e a atriz Pem Zam
Dorji passou um ano e meio se preparando para as filmagens. E aproveitou o tempo para conhecer o elenco de moradores locais, que contratou para interpretar eles mesmos, e coletar detalhes de suas vidas para enriquecer o roteiro.
Como em Lunana não há energia elétrica, ele usou de sua criatividade na produção do filme e contou com baterias movidas a energia solar. E explorou o majestoso cenário do Himalaia em planos gerais, que observam as personagens à distância para mergulhá-las no esplendor de seus arredores.
O jovem educador Ugyen Dorji resiste à nova experiência até que seus fones de ouvido ficam sem bateria. É quando ele então começa a se abrir para os sons do ambiente ao seu redor, desde os delicados cantos dos pássaros até as canções folclóricas da comunidade.
A música se mostra tão vital para comunidade quanto para Ugyen, cujos amigos acabam enviando seu violão junto com material didático. O que significa uma primeira identificação e um início de diálogo entre o educador e os moradores de Lunana.
Desse modo, o novo contexto desperta gradualmente em Ugyen a importância de sua função social. Logo de sua chegada, chama a atenção os olhos brilhantes dos estudantes, entre eles habitantes de Lunana e, portanto, não profissionais da atuação. O mais entusiasmado do grupo proclama que os educadores “tocam o futuro”.
Nesse sentido, é central no enredo a transformação do educador Ugyen, que abre mão de sua própria visão de felicidade em favor de uma vida mais comunitária e interdependente. Vida essa que nós, da CASA de Aprendizagens, procuramos construir juntos aos pais e familiares, por meio de pequenas ações, como uma ida ao cinema.
Além disso, o filme mostra o poder da criatividade para a Educação e a arte. E, portanto, é um chamado a refletirmos sobre a nossa real conexão com o mundo, o entorno, a natureza; um chamado para a existência, a beleza e A Felicidade das Pequenas Coisas.
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